domingo, 19 de dezembro de 2010

Para quem escrever




Um texto não nasce assim do nada, sempre espero um bom momento para poder pensar no que escrever, aí espero vir o ânimo pra fazer isso, procuro um lugar confortável, silencioso, nem frio nem calor (se bem que às vezes acho que nasci no hemisfério errado), enfim, tem que ter uma mega estrutura interna e externa. Daí me pergunto: Pra que isso? Por que ser tão melindroso? A única resposta que me convence está "fora" de mim, está no leitor.

Diz a regra básica da comunicação que para que ela aconteça são necessários pelo menos dois personagens: emissor e receptor, além do veículo que é a linguagem. Porém, mesmo essa lei básica pode não ser de todo correta. E quando eu escrevo para mim mesmo? Quando eu tenho necessidade disso? Quando tudo que quero é falar (escrever) sozinho? Estranhamente me sinto impulsionado a escrever, dar letra aos sentimentos, às contradições, verbalizar o indizível, isso tudo pra ver se faz sentido o que reside em mim.

Faz sentido isso?

Parece que na verdade falamos para nós mesmos e por nós mesmo. A simples troca de preposição muda tudo. Escrever POR mim ou PARA mim são direções totalmente diferentes, inconciliáveis, nunca se encontrarão assim como o norte e o sul, a cara e a coroa, mesmo que estejam juntos e um dependa do outro.

Quem escreve sempre o faz em nome de uma causa? Não sei, sei que essa foi a minha escolha, vou ter respeito com o vernáculo, procuro utilizá-lo bem, considero meu leitor, tenho um grande apreço por você, inclusive quando esse sou eu, ou apenas eu. Tem tantos textos que só eu leio, nem as tintas de caneta, nem o carvão do lápis, nem os bits do computador pintaram esse desenho. Não por orgulho, mas simplesmente não chega lá. Sei que há fragmentos no que escrevo, como se tudo fosse fragmentos, isso é o que consigo alcançar, ainda é tão medíocre...

Se quero o inalcançável não seria egoísmo meu? O quero só pra mim? Será o questionamento o caminho das pedras? Ou realmente é 90% transpiração e 10% inspiração?

Isso é mensagem que se escreva antes da 7 da manhã?

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Como entender?

Havia prometido na minha primeira postagem não viajar muito, mas isso é difícil, ao menos pra mim é.
Queria escrever sobre sentimentos e idéias tão claramente que parecem ser pouco compreensíveis, mesmo para mim e talvez o vernáculo com todas suas possibilidades fraquejem em pintar esse quadro.

Não sei se deveria, pode ser um atrevimento percorrer essas regiões sombrias. Isso me assusta um pouco (pronto! já comecei!) e me seduz como uma mulher irresistivelmente atraente. Que dama é essa? Que encanto é esse?

Parecem com vozes que permanecem em nossas cabeças (não nos ouvidos), elas insistem em dizer quem somos e lembram o que há de mais primitivo em nós. Algo que sempre esteve lá, latente, acho que essa é a palavra. Latente, ao mesmo tempo cíclico e perene. Os sentimentos às vezes manifestam-se em forma de idéias, conjecturas, especulações acerca de nós mesmos.

Cada um estabelece realmente diálogos consigo mesmo? Com seus sentimentos? O que eles te dizem? O que você entende do que é dito? Qual a proposta indecente dos sentimentos? Querem te denunciar? Te mostrar fraco?

Não acho que o que sentimos faz parte de nós, NÓS SOMOS NOSSOS SENTIMENTOS.

Somos aquela raiva e também o prazer indescritível de bons momentos, de boas notícias. Como não dizer que somos os medos que nos paralisam ou nos liberta pra dizermos palavras tão duras, que geralmente não falaríamos?

Como compreender-nos como pessoas de sentimentos?

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

É família!




Tentei escrever sobre família, estava horrível, quase terminado e havia tão pouco de mim que apaguei, apaguei tudo, foi melhor assim.
Agora me sinto mais verdadeiro nas palavras, preciso ser assim.

Nesse momento estou em casa e todos dormem. Minha família dorme enquanto tento falar sobre ela. Talvez precise disso, do silêncio deles para poder me desligar um pouco desse papel de membro da família e poder falar sobre isso que vivo desde que nasci.

Dizem que a gente não escolhea família que tem. Será mesmo? Acho que escolhemos primeiro se temos ou não família, se eu quero ou não participar dela, me implicar nela, vivê-la. Para saber o que é viver em família não tem outra opção, só vivendo. Eu poderia passar essa postagem toda escrevendo sobre a minha família, mas pra que? Não vejo motivos.

Cada um conhece sua família pelo que vive com ela. Há várias formas de uma família ser família: podem ser grandes ou pequenas (ou começar grande, depois ficar pequena); podem comemorar o Natal, mas também podem nem sequer comprar roupa nova para inaugurar no final de ano; podem se completar apenas no final de semana, ou uma vez por mês. Há realmente muitas famílias que são famílias e nem sabem, ou que se esforçam tanto para ser família, quando é algo tão simples.

Família é como se fosse sangue, uma coisa viva demais, que circula por todo o lugar do corpo, sem o qual a pessoa nâo vive.

O sono pegou pesado, vou dormir, depois concluo.

Voltei. Mas já estou no final de mais um dia e com um pouco de sono também, a vantagem é que baixa o nível de consciência e as idéias fluem mais livremente.

Então vamos lá: UMA, DUAS, TRÊS, MEIA E JÁ!

Família é também muito contradição, paradoxo, ambivalência, ou seja, tem vários aspectos que parecem ser contrários entre si. As pessoas que convivem tem momentos de sim, outros de não, outros ainda de NEM A PAU! Alguns dias se ouve MEU AMORZINHO! Em outras manhãs a gente acorda assustado com os gritos de briga entre os pais. Parece ser um dia de cada vez ao mesmo tempo em que também consiste no acúmulo das emoções vividas ao longo dos anos.

Dá pra viver sem família? Pôxa, que pergunta difícil, quem sabe desnecessária, haveria resposta definitiva? Acho que não, penso que cada um sabe respondê-la de acordo com sua própria experiência de conviver com sua família. Conheço pessoas que fogem de sua família, outras que fazem questão de tentar negar que precisa, que sente falta, lutam contra o que sentem e estão sempre se escondendo.

Será mesmo? Alguém poderia argumentar que isso é história, o ser humano consegue viver sem família sim. Aí eu responderia: Exatamente! As pessoas vivem sem família e vivem numa boa, pelo menos até o momento. É disso que eu falo, algumas pessoas ainda não passaram por experiências em que digam que não sentiram falta de família, nem que não fosse a sua.

Não queria ser visto como um defensor da instituição família, só acredito que não podemos negá-la ou fazer de conta que somos modernos demais para cair nessa de família.

Fica a questão no ar: Que família eu vim me meter?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Minhas primeiras palavras

Olá pessoal, não foi fácil decidir fazer um blog, não curto muito a internet e até sou um tanto preconceituoso, quase sempre que uso, escuto aquela voz dizendo:
Isso é coisa de quem não tem o que fazer, vá procurar uma lavagem de roupas pra você.
Besteira minha, mas gosto de preservar meu jeito de ser assim meio misturado, o atual e o antigo. Gosto de tecnologias e das comodidades da vida atual; mesmo assim sinto-me fortemente inclinado ao antiquado, ao que é simples, admiro as lembranças de épocas que nunca vivi, me pego contemplando com certo saudosismo o estilo de vida do interior cearense, pois tive bastante contato com ele.
Falando nisso, caro "interleitor", me sentirei muito satisfeito se minhas postagens nesse blog forem vistas como uma voz e nada mais, como uma boca que fala e às vezes grita aquilo que está calado. Minhas escritas, tentarei construí-las do que há de mais primitivo em mim: meus afetos.
Tentarei vociferar os sentimentos, as emoções e as contradições decorrentes deles no diálogo com essa carne que usa suas células vivas e mortas para expressar-se, nem que seja tocando o teclado deste computador.
Mas prometo (e espero cumprir a promessa) não quero viajar muito, sobretudo minha intenção é escrever para quem lê e não apenas desabafos soltos.
Enfim, seja bem vindo.

Ah, ainda sei não usar direito este blog, e isso é vergonhoso para um técnico em informática, por isso, os recursos tecnológicos só melhorarão com o passar do tempo.