domingo, 11 de dezembro de 2011

Sobre pais e filhos



1ª cena
    Os pais dizem: Vocês devem nos obedecer!
    Os filhos pensam: Quem disse que eles mandam na gente?
    Os pais insistem: Vocês estão ouvindo isso? Prestem atenção quando eu falar!
    Os filhos bombardeiam com seus olhos: Se eu falar vocês não vão gostar de ouvir.

2ª cena
    Os filhos com dúvidas: Meu Deus, como isso foi acontecer comigo? O que eu faço agora? Quem pode me ajudar?
    Os pais pensativos: Queria ser mais amigo dos meus filhos, conversar mais com eles, sei lá, pelo menos acompanhar mais a vida deles.
    Os filhos relutantes: Se ao menos minha família fosse igual a da Fulana, dava até pra trocar uma ideia.
    Os pais justificando: Se ao menos meus filhos me dessem mais orgulho, se seguissem meus conselhos...

3ª cena
    Os pais silenciam lamentando como poderia ter sido diferente:
    Os filhos silenciam lamentando como poderia ter sido diferente:

Quando ouvimos as pessoas INEVITAVELMENTE ouvimos histórias de FAMÍLIA. O problema é que a gente não entende que nós somos uma família também, essa é uma das maiores heranças do Reino Animal, todo animal vem de uma linhagem de animais iguais a ele.

domingo, 20 de novembro de 2011

Pro-gnóstico de futuro


Como sempre, ao findar o ano corrente, corremos atrás de nos convencer que o próximo ano estaremos mais próximos da perfeição. E assim pensam nossos sentimentos, ou sentem nossos pensamentos:

No futuro vou deixar de esquentar com besteiras
No futuro conseguirei deixar de comer besteiras
No futuro vou sorrir mais e ficar mais alegre
No futuro minha tristeza vai ter serventia
No futuro vou ter tempo pra mim
No futuro o tempo vai passar mais devagar
No futuro só vou me preocupar com o que realmente é importante
No futuro vou ter muitas coisas importantes pra fazer
No futuro vou ser uma pessoa importante
No futuro vou cuidar do meio ambiente

No futuro vou querer o ambiente todo, chega desse negócio de meio
No futuro vou amar mais

No futuro terei mais amor pra dar
No futuro deixarei que me amem


No futuro vou alcançar meus objetivos dessa lista
No futuro conseguirei fazer uma lista menor

Mas, no futuro eu continuarei só podendo viver o PRESENTE.

sábado, 24 de setembro de 2011

Sobre a Tolice

Às vezes me dá vontade de tentar viver. Esquecer minhas hipocrisias e aproveitar a vida pulsante lá fora.

Quando vejo as pessoas chamando por vida, por quem compartilhe com elas dessa ideia louca, me imagino vivendo, sendo verdadeiro, realmente olhando para elas, realmente escutando-as, compartilhando o que acho não ter e recebendo aquilo que meus olhos nunca viram.

Algo dentro de mim quer experimentar e acredita que posso conseguir, mas (o velho MAS) e se essa minha vidinha normal já for a vida e esses dilemas não passarem de ingenuidade tola?

Por isso continuo a ser tolo, bobo, simples, sem precisar dar grandes explicações ou receber satisfações dos outros. Alimentar essa chama de esperança é o que faz sentido para mim, por desejar ardentemente o que ainda não tem forma ou imagem, mas que saberei identificar quando aparecer.

Quero sonhar, quero o impossível.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O estranho íntimo

Parece que não se vive sozinho
Ainda que a casa não tenha vizinho
Mas dentro de nós há um estranho
Ele habita no lado de dentro
Sempre nos surpreendendo
Sempre se apaixonando

Mas como entender, se são as ideias mais loucas
Os pensamentos mais intrusos e as vozes mais roucas
Que tanto nos confundem
Nos fazem fingir e fugir
Sem perceber que a vida se tranforma
Em uma canção que muda a cadência

Como amigos que brigam
Irmãos que se separam
Como uma grande paixão dividida
Assim convivemos com o que há em nós mesmos...

sábado, 4 de junho de 2011

De infância em infância

Tenho visto infâncias em trânsito
Vejo infâncias em vários lugares
Percebo infâncias em pânico
Mostrando cansaço em seus olhares

Mas o infantil parece que chega de volta
Ilude as gentes e brinca de enganar
Acha um momento e se solta
E de vez em quando se atreve a gargalhar

Rá, rá, rá...
Kkkkk...

Essas expressões de liberdade, de soltura estão sempre dispostas a serem reveladas
Como uma criança que faz aquela doce proposta:
Papai vâmo brincá?
(Isso em plena final de campeonato na TV, ou no último capítulo da novela)

domingo, 1 de maio de 2011

Terra de Gigantes






Conheci um cara que entrou em uma casa muito modesta
Nessa casa, cada parede continha marcas de outrora
Ao tocá-las era como se falassem, gemessem,
Como se quisessem dividir aquilo que ouvira e viram

Seu telhado mostrava buracos, faltava parte da cobertura
Suas portas e janelas perderam a beleza e estavam frágeis
O alicerce já não era tão robusto como outrora
Algumas estacas de madeiras seguravam algumas paredes envelhecidas

A casa estava, assim, deserta e escura
Apenas algumas lembranças residiam lá
Ninguém notava sua presença na rua
As crianças não paravam para ouvir as histórias da velha casa

Mas nessa casa ainda restava um pouco de vida
Foi aí que ela lembrou de viver um pouco mais
Amou de novo a vida
Conquistou e reconquistou amigos e deixou de ser a velha chata da família

Ganhou sua alforria mesmo depois de idosa
Tornando-se gigante entre tantos tipos de gigantes
Pois finalmente alguém entrou lá.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Se refazendo?

Qual o fluxo dos sentimentos?
- Lá vou eu com perguntas de novo...

Ouço e sinto muitas pessoas queixando-se dos seus sentimentos, como se tornam "reféns" dele.
São relatos de contrastes, imperfeições, contradições entre quem essas pessoas são e como não queriam ser o que sentem.

Lutar contra o "inimigo", uma luta diária, sem tréguas, sem baixar a guarda, sob risco de colocar a perder o trabalho de uma vida inteira.

Matar um leão por dia? Bobagem! Tem dia que tem tubarão, serpente, até dinossauro. Só que eles estão dentro de mim. Pôxa, eu até durmo com meus inimigos? Eles me perseguem como uma sombra, mas se ainda sobrar uma opção me atrevo a fortalecer a resistência.

Eu vejo uma possível possibilidade - assim redundante mesmo. É uma forma de aceitar a pessoa horrível que você acha que é - ou talvez seja mesmo. Aceitar e compreender os seus sentimentos, como uma pessoa que conhece alguém que gostaria muito de conhecer.

Nessa viagem, cabe sempre você e talvez você encontre outras pessoas lá e se refaça de vez em quando. De vez em quando se desmontando e se construindo de novo, apesar de doer...

Tudo sempre com muitas reticências e nunca sozinho, faça tudo sempre com você mesmo e com uma galera por perto...

quinta-feira, 31 de março de 2011

Decidir... decidi

E se eu tivesse vivido o que se calou?
O sorriso que não brotou ou a lágrima de teimou em continuar dentro de mim?
Quem seria essa tentativa de blogeiro se tivesse chorado mais, enlouquecido mais, brigado mais?

E quem seria eu sem esse texto, sem aquele que o lê, sem o sentimento na ponta dos dedos?
Não sabeira viver meu presente, não fora de mim.

Por que ter tantas perguntas? Para que perguntar e tentar responder enquanto pergunto?
E se as respostas não vierem? E se restar apenas o vazio das perguntas?
E se elas não forem vazias?

É tão difícil conviver com mais perguntas que respostas...

E se não houvesse as perguntas?
Uma vez vi que são as perguntas que movem o mundo, que o fazem crescer, avançar.
Só esqueceram de dizer que a dúvida é um sentimento ruim, angustiante... atormentador na verdade.

Esse sentimento me acompanha muitas vezes, muitas horas do dia e muitos dias da minha vida.
Tantas dúvidas que limitam nossas escolhas (minhas escolhas), que deixam o presente difícil de fluir, o futuro fica repleto de outras perguntas, outras dúvidas, mas não das decisões a tomar, e sim dos resultados de uma vida entre dúvidas.

Mesmo sabendo disso, ô negócio complicado é não complicar as coisas viu.

sábado, 26 de março de 2011

E não sabendo que era impossível, foi lá e fez

Quem criou essa palavra "impossível"?
O que ele ou ela queria dizer com isso?
Por que criar uma palavra tão forte assim?

     Um dia alguém me perguntou:
     - Se Deus é tão forte assim, ele é capaz de criar uma pedra tão pesada, mas tão pesada, que nem ele mesmo consiga levar?
     Fiquei meio sem saber o que responder, mas a resposta estava na minha frente:
     - Ele é tão capaz de fazer isso que já fez: você!

Eu quero o impossível, eu quero encontrar o impossível, realizar aquilo que ainda não sei o que é, que ainda nem chegou à minha consciência. As aspirações mais íntimas, quero trazê-las à realidade.

Ver as pessoas se comunicando de forma verdadeira, conhecendo o que é realmente importante, sermos sociedade, sócios uns dos outros, partilha dos lucros e dos obstáculos, cultivar a diferença, não se iludir com a massificação.

Coisas de devaneios, pensamentos que surgem quando não se tem o que fazer, num sábado à tarde que só tem programa "paia" na TV e sem saco para o MSN.

Essa aspiração calada é impossível? Realmente impossível? Existem impossíveis?
Quero duvidar disso, ver as pessoas duvidando disso, trazer a possibilidade de não acreditar no inventor da palavra e exclui-la do meu dicionário.

Só não posso fazer isso sozinho, que você acha???

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quando a vida sorri pra mim 2.0

O sorriso é o arco-íris do rosto


Quando a vida sorri pra mim, eu sorrio pra ela.
Quando a vida sorri pra mim, eu faço careta pra ela.
Quando a vida sorri pra mim, eu quero viver essa alegria, eu me permito isso.
Quando a vida sorri pra mim, eu saio pra fora pra dançar na chuva.

Quando a vida sorri pra mim, eu não me iludo.
Quando a vida sorri pra mim, eu sei que um sorriso diz muitas coisas.
Quando a vida sorri pra mim, eu lembro das vezes que eu tentei arrancar um sorriso dela.
Quando a vida sorri pra mim, parece que eu acordei de um sonho ruim.

Quando a vida sorri pra mim, sei que é tempo bom.
Quando a vida sorri pra mim, não me esforço pra manter tudo assim.
Quando a vida sorri pra mim, eu toco o céu com os dedos.
Quando a vida sorri pra mim, é tão bom ver o brilho dos seus olhos...

É como o sorriso de uma criança.
Me alimenta de novo a esperança.
E eu danço essa dança.
E tiro alguém pra bailar comigo, mesmo sem saber dançar.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Quando a vida sorri pra mim

Podem acreditar, há momentos em que a vida sorri pra você.

É tão bom falar disso, melhor ainda é viver tudo isso. Viver a esperança, reconhecer um sorriso espontâneo, chegar em casa alegre, brincar à toa. Simplesmente respirar uma alma livre das cobranças, de dívidas. Uma vida de possibilidades, ter opção de escolha, não lamentar-se pelo passado, encontrar-se antes que o sol se ponha.

Talvez a busca não seja a melhor maneira de achar o que mais queremos. Preparar o terreno, atrair o bom momento, prepara-se para a chuva, chamá-la pra si, permitir que as coisas realmente aconteçam.

Como uma criança, uma liberdade que parece mentira! Quero falar para quem escuta, minha fala que trazer vida, ressuscitar outras vozes, falar da vida é também vivê-la. Sem pretensão de perfeição, é sim possível descobrir uma boa trilha por onde andar e lá encontrar outras pessoas.

Olha eu aqui falando do que detesto: conselhos diretos e cheios de metáforas como se isso fizesse diferença na vida da gente. Mas como fugir do que vivo, do que vejo? Vejo isso nas histórias, percebo o movimento ao meu redor, há intencionalidade, há fluxo, mesmo em meio à contradição.

Então, que tal preparar seu terreno? O que se perde arando a terra? Ganham-se calos nas mãos, contato com o chão e renasce a esperança da chuva, como todo ano acontece no interior nordestino.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A FORÇA DA VIDA

Que força estranha essa!

Às vezes me pego pensando sobre o que nos faz continuar vivos. Não me interessa saber de onde vem a vida, isso eu já sei, minha cabeça dá voltas tentando entender é por que as pessoas continuam vivendo, que força as mantém vivas, para onde o desejo delas as direciona?

Conhecer novas pessoas, passar no vestibular, comprar um carro zero km, casar, ter filhos, escrever um livro, plantar uma árvore, não são objetivos nobres? Quando nos damos conta que estamos vivos? E quando isso acontece, o que fazer depois de sabermos que existimos? Viver de metáforas, de ilusões? Entrar no esquema, contrair dívidas como qualquer ser humano normal, reclamar do trabalho esperando o final de semana, ir pra igreja aos domingos só por ritual?

Passar o dia todo comendo e dormindo, buscar novas formas de arriscar a vida, militar por uma causa social, exercer uma profissão socialmente importante, conquistar vários amantes, escrever textos na internet, essas causas podem ser suficientes para manter a vida?

Simplesmente viver, viver até extrair poesia da vida, fazê-la ter sentido, ser honesto consigo mesmo (isso inclui também o mundo), relaxar em viver. E quando as perguntas tolas sobre o que nos mantém vivo azucrinarem o juízo, aí já é tempo de viver, viver e viver, acreditando na esperança, insistindo nela, ser "egoísta" na busca pela alegria em si. Não se estressar tanto com as escolhas dos outros, com a avaliação do outro, mangar de si e de suas próprias desgraças, fazer humor da vida.

Viver é realmente intenso, a vida tem uma força indescritível, existir é realmente isso, compreender a si mesmo, acolher a si como quem recebe alguém que necessita apenas ser ouvido. Contemplar o que há, viajar, imaginar, sonhar nem que seja com os pés no chão e bem acordado.

Depois, refletir um pouco mais, angustiar-se outra vez, escrever pra relaxar, dormir pra não pensar, comer pra diminuir a ansiedade, reclamar de tudo, gastar dinheiro à toa, saciar-se de manhã. Até entender sua vida, até o dia amanhecer e respirar ar puro novamente e aproveitar o dia...

domingo, 16 de janeiro de 2011

SEM SAÍDA



A gente vive dias e dias: dias em que tudo parece meio nebuloso, escuro, tão difícil, mas há dias que conseguem ser piores, complicado até pra descrever. Mesmo assim a gente continua vivo! Como pode ser isso? Que força estranha é essa de insistir em viver?


Deve haver algo mais forte em nós, mais primitivo, como se fosse constituinte da condição de estar vivo. Pode ser que seja diferente para cada pessoa, como uma digital, específico por pessoa.


Quem conhecerá isso? Ela muda com o tempo? Mudamos nossas digitais? Vejo que muitos entre nós procuramos esse sentido básico para viver em pessoas ou lugares fora de nós, o que gera grandes confusões.


Caramba, encontramos ilusões de tal forma maravilhosas e intensas que viramos dependentes desses momentos. E nossa vida gira em torno de momentos, viver momentos para poder dizer que vive. Não acredito que a vida está restrita a momentos, ela não pode ser assim tão mesquinha, é uma judiação, uma contradição enorme.


Quero viver a utopia da vida bem vivida. Sentir prazer por estar vivo, isso existe? Caminhar sem medo de lembrar de mim, sem me apavorar com meus sentimentos, respirar esperança, sem alienação, sem me enganar. Não me identifico com o saudosismo, há quem ache elegante sofrer, dá um sentido de estar vivo é verdade, é também atraente, mesmo assim sei que posso avançar sem forçar a barra.


Que o sonho seja possível e nunca vire realidade, pois a realidade é muito dura.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Eu sempre te vi




É a mesma sensação, o mesmo sentimento, como se ela nunca chegasse, está lá, mas não é pra mim. E eu continuo olhando pra ela, que assume vários rostos, várias idades, tons de pele, lançando o mesmo olhar enigmático...

É tudo tão igual que me confundo no tempo. Sei que você é real, sei que existe, tem que existir, mesmo que às vezes me alimente apenas com essa ideia. Não, não quero mais isso, agora é pouco, não me satisfaz.

Esse é o sentimento que sempre tive, poucas palavras, muito sentimento, sintonia, vivendo na mesma melodia, como uma canção tocada e cantada por várias pessoas e sons que se encontram, se mesclam e formam uma música com lógica e emoção.

E eu sempre te amei, desde a primeira vez que abri a caixa de Pandora, vi o que não deveria ter visto, me dei mal e desde então te amo e te persigo...

Mas acho que nós não entendemos o que é o amor, porque damos nome, RG, CPF e título de eleitor a ele. Ele não se personifica! A gente é que confunde. Não há como uma pessoa traduzir tanto isso. Ser o amor coube apenas a DEUS.

Muitas pessoas me mostram essa confusão, essa associação equivocada e que gera tanta dor.

Por isso continuo a sonhar e querer que ela venha, perfeita, encantadora, "com flores nas mãos, esmeraldas no olhar, sabendo o que quer e como conseguir"...