quinta-feira, 18 de novembro de 2010

É família!




Tentei escrever sobre família, estava horrível, quase terminado e havia tão pouco de mim que apaguei, apaguei tudo, foi melhor assim.
Agora me sinto mais verdadeiro nas palavras, preciso ser assim.

Nesse momento estou em casa e todos dormem. Minha família dorme enquanto tento falar sobre ela. Talvez precise disso, do silêncio deles para poder me desligar um pouco desse papel de membro da família e poder falar sobre isso que vivo desde que nasci.

Dizem que a gente não escolhea família que tem. Será mesmo? Acho que escolhemos primeiro se temos ou não família, se eu quero ou não participar dela, me implicar nela, vivê-la. Para saber o que é viver em família não tem outra opção, só vivendo. Eu poderia passar essa postagem toda escrevendo sobre a minha família, mas pra que? Não vejo motivos.

Cada um conhece sua família pelo que vive com ela. Há várias formas de uma família ser família: podem ser grandes ou pequenas (ou começar grande, depois ficar pequena); podem comemorar o Natal, mas também podem nem sequer comprar roupa nova para inaugurar no final de ano; podem se completar apenas no final de semana, ou uma vez por mês. Há realmente muitas famílias que são famílias e nem sabem, ou que se esforçam tanto para ser família, quando é algo tão simples.

Família é como se fosse sangue, uma coisa viva demais, que circula por todo o lugar do corpo, sem o qual a pessoa nâo vive.

O sono pegou pesado, vou dormir, depois concluo.

Voltei. Mas já estou no final de mais um dia e com um pouco de sono também, a vantagem é que baixa o nível de consciência e as idéias fluem mais livremente.

Então vamos lá: UMA, DUAS, TRÊS, MEIA E JÁ!

Família é também muito contradição, paradoxo, ambivalência, ou seja, tem vários aspectos que parecem ser contrários entre si. As pessoas que convivem tem momentos de sim, outros de não, outros ainda de NEM A PAU! Alguns dias se ouve MEU AMORZINHO! Em outras manhãs a gente acorda assustado com os gritos de briga entre os pais. Parece ser um dia de cada vez ao mesmo tempo em que também consiste no acúmulo das emoções vividas ao longo dos anos.

Dá pra viver sem família? Pôxa, que pergunta difícil, quem sabe desnecessária, haveria resposta definitiva? Acho que não, penso que cada um sabe respondê-la de acordo com sua própria experiência de conviver com sua família. Conheço pessoas que fogem de sua família, outras que fazem questão de tentar negar que precisa, que sente falta, lutam contra o que sentem e estão sempre se escondendo.

Será mesmo? Alguém poderia argumentar que isso é história, o ser humano consegue viver sem família sim. Aí eu responderia: Exatamente! As pessoas vivem sem família e vivem numa boa, pelo menos até o momento. É disso que eu falo, algumas pessoas ainda não passaram por experiências em que digam que não sentiram falta de família, nem que não fosse a sua.

Não queria ser visto como um defensor da instituição família, só acredito que não podemos negá-la ou fazer de conta que somos modernos demais para cair nessa de família.

Fica a questão no ar: Que família eu vim me meter?

Um comentário:

  1. A Família é mesmo um porto seguro. Quando você mais precisa, sempre estão solícitos em ajudá-lo.
    Certamente, Família é a base da construção de nossas vidas dentro de todos os contextos, sejam eles sociais, psicologicos, espirituais ou profissionais. Podemos inclusive comparar nossas vidas a um jardim, se a terra onde ele estiver não for boa e bem cuidada, nunca produziremos flores.
    Muito bom o seu texto,seja do jeito que for,nunca vai deixar de ser família!.

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